O dia começou cedo.
Podia dizer que era para termos a certeza de que chegávamos a horas ao voo ou podia dizer que tinha sido porque o meu pai estava com desejos de ir acampar de véspera para a porta de embarque número 45, mas a verdade foi revelada pouco tempo depois de chegarmos ao aeroporto.
O dia começou cedo para que tivessemos tempo de espremer o valor das milhas gastas no upgrade para classe executiva enfardando como gente grande no buffet livre do lounge da TAP.
O meu pai fartou-se de dizer à boca cheia que eu comi 3 pratos. Aqui a palavra de ordem é à boca cheia, porque ele morfou 2 pratos e, ao contrário de mim, ele tinha tomado o pequeno almoço!
Resultado deste banquete ( e da pausa para o prego da ordem do senhor Artur) foi um leve atraso na chegada à porta de embarque que atirou pela janela a oportunidade de sermos bués de chiques e entrarmos primeiro do que a plebe toda. Paciência. Fomos apalpados para compensar. Bom... eu fui "apalpada" por uma senhora, o meu pai foi apalpado sem aspas nenhumas por um senhor que lhe desarrumou a mala toda.
Depois de um pouco de fila (plebe por todo o lado córror), entrámos no avião e dirigimo-nos aos nossos lugares substitutos. As duas cadeiras que deveriam ser nossas, encostadinhas à janela, estavam indisponíveis pois tinham uma avaria pelo que, como forma de entertenimento de bordo, observámos os senhores da manutenção a arranjá-las... para que pudessem ser utilizadas pelas pessoas que ficaram com os nossos lugares. Sacaninhas.
Eu confesso que até gostei mais de ir na fila do meio com acesso directo à casa de banho.
Uma hora de atraso à espera de uns humanos que vinham de um voo de Madrid e finalmente levantámos as rodinhas do chão.
Viva as leis da física que me passam ao lado mas que permitem a um tubo de metal cheio de gente lá dentro voar por cima de um oceano e levar os nossos rabos gordos até outro continente. Aliás, fiquem tão impressionada com todo o processo que declarei aquele avião um local sagrado e dei com a cabeça no suporte para os copos qual judeu no muro das lamentações.
A minha fé foi premiada com um galo divino. Se cantar à meia noite escrevo um livro sagrado e crio a Igreja da Luz do Suporte Para Copos do 4F.
1 comentário:
Como chegaram atrasados? Foram quase de véspera! Ou será que já apanharam o vírus de Leiria?
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